Notícias :: Os ritmos da vida – Jornal A Atribuna – 26/10/2025
Maurílio Tadeu de Campos
Mestre em educação, escritor, presidente da Contemporânea - Projetos Culturais emembro das Academias Vicentina e Santista de Letras
Jornal A Tribuna
Coluna Opinião - Tribuna Livre
Domingo - 26/10/2025
A música está presente em todos os momentos da história e da vida do ser humano. Estudiosos ligados à história da civilização sustentam que os homens das cavernas davam à sua música um sentido religioso, considerando-a como um presente dos deuses, atribuindo a ela funções mágicas. Associada à dança, ela adquiria um caráter de ritual, pelo qual as tribos agradeciam a abundância da caça, a fertilidade da terra e a saúde dos homens.
Com o ritmo criado - batendo mãos e pés -, eles buscavam também celebrar fatos da sua realidade: vitórias nos combates, momentos de alegria ou de dor. Mais tarde, em vez de usar só as mãos e os pés, passaram a ritmar suas danças com pancadas na madeira, trabalhadas para soarem de modos distintos. Devem ter surgido, assim, os ritmos e os instrumentos de percussão.
Os sons da natureza fascinavam os homens primitivos, dando-lhes vontade de imitar o sopro do vento, o ruído das águas, o canto dos pássaros, o farfalhar das folhas. Sons estranhos tirados da garganta devem ter constituído uma forma rudimentar de canto, junto com o ritmo, resultado da mistura de palmas, batidas de pés, berros e roncos, pulos e uivos. Era o que estava ao alcance do primitivo habitante da Terra nos primeiros tempos da civilização.
Considerando os atuais conceitos de música, essas primeiras tentativas de expressão foram demasiadamente pobres para se enquadrarem na categoria de arte musical. Mas, do ponto de vista histórico, elas tiveram enorme importância porque a sua rítmica elementar acompanhou os homens à medida que eles se espalhavam sobre a Terra, formando culturas e civilizações.
Hoje temos o privilégio de conviver com uma infinidade de sons e ritmos, contidos na música que ouvimos e absorvemos. Aproveitando experiências acumuladas e com o uso da voz, de sons produzidos de maneira mais simples ou a partir de instrumentos mais sofisticados, são produzidas inúmeras melodias que tornam a nossa vida mais agradável, embalada por canções que nos fazem sonhar, que nos trazem lembranças do passado, que nos motivam para viver o futuro. Esses sons nos possibilitam o reconhecimento de um ser mais simples, mais amoroso, mais solidário, que está dentro de cada um de nós. A música é uma espécie de varinha mágica que, num toque, liberta do íntimo de cada ser o que ele mais tem de bom, de mais autêntico.
Nesses dias mais agitados e de inúmeros sons tonais ou atonais, nos instantes em que a música está ainda mais presente compondo os ambientes que preparam festividades, quem sabe consigamos um momento, pequeno que seja, para um necessário recolhimento e, assim, fazermos um balanço, uma revisão do que já vivemos, do que somos hoje e do que queremos para nós mesmos, objetivando mudanças na nossa vida, para melhor, a ser conduzida por inúmeros e agradáveis sons, de boas e diferentes canções, a nos embalar para a felicidade e para a necessária tranquilidade, a partir de precisas e adequadas produções musicais.
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