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Notícias :: Afeto verdadeiro? – Maurilio Tadeu de Campos


Maurílio Tadeu de Campos

Professor, escritor, atletista, Presidente da Contemporânea Literatura, Clube do Choro, Academia Santista de Letras, Cadeira número 30.


Revista Alto Astral | Social
A Coluna Santos/SP
Durcal Capp
www.facebook.com/duralcapp/
Arte & Poesia

Quando imaginamos que temos muitos amigos, chegamos à conclusão de que, no dia em que mais precisamos deles, simplesmente, desaparecem. Felizmente, ainda há os verdadeiros, de fato, que continuam conosco (e nós com eles). Sem eles, o que seria a vida não é mesmo? Penso que a amizade é algo que não se pode comprar nem vender. Certamente a temos, muito bem representada por amigos leais que nos tornam felizes.

Li uma estória na qual a viúva preparou um local, com inúmeras cadeiras, porque seu marido falecera e tinha mais de dois mil seguidores na rede social. Porém, quando já estava tudo montado, o corpo no caixão, as coroas de flores compradas pela própria esposa e pelos poucos e verdadeiros amigos que lá apareceram, as carteiras vazias revelavam a ausência dos "grandes amigos invisíveis". A esposa desolada comentou: Estranho, não é mesmo? Aquele tinha tantos amigos... Passava os dias conversando com eles na internet. Quando ele faleceu, informei a todos. Mas só vocês, cinco amigos de verdade, compareceram.

De repente, uma senhora acompanhada de um jovem entraram silenciosos naquele local tão triste. Dirigiram-se à viúva, abraçaram-na e foram até o caixão. Ficaram em silêncio, aparentemente em prece. Logo depois, a senhora apresentou-se: Sou Ágata. Participava do grupo de relacionamentos com o Zaqueu. Este é meu neto, que veio trazer-me até aqui. A viúva agradeceu: Meu nome é Dolores. Sou a viúva do Zaqueu. Eu o via com o celular e, às vezes, no computador. Mal falava conosco, mas, com seus amigos internautas, parece que se divertia imenso. Um dia ele passou mal e faleceu, ainda com o celular às mãos. Preocupei-me em preparar esse ambiente porque entrei nos grupos de contato do Zaqueu e informei a todos sobre o falecimento dele. Imaginei que esse salão seria pequeno para tantos amigos, mas estamos apenas oito pessoas. Não direi que fiquei decepcionada. Pensei que, para quem tem mais de dois mil amigos, pelo menos a metade viria prestar ao meu marido as homenagens, creio que merecidas. Percebo que me enganei. Aqui estamos nós, menos de dez pessoas. Essa é a realidade, infelizmente bem diferente e distante do ambiente virtual tão amado por Zaqueu!


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